A recente atualização da Norma Regulamentadora 1 (NR1) trouxe mudanças significativas para as empresas, agora estabelecendo a obrigatoriedade de considerar os fatores de risco psicossociais como parte da avaliação de segurança no trabalho. Essa alteração é um reflexo da crescente preocupação com a saúde mental dos trabalhadores, além de fortalecer a abordagem da ergonomia, que já tratava de aspectos físicos, mas agora também integra esses fatores psicológicos no ambiente laboral.
Fatores Psicosociais no Trabalho: O Que São?
Os fatores de risco psicossociais referem-se a aspectos do ambiente de trabalho que podem prejudicar a saúde mental e emocional dos colaboradores. Alguns desses fatores incluem:
Estresse Ocupacional: Causado por pressões excessivas, falta de controle sobre o trabalho ou longas jornadas de trabalho. O estresse crônico pode levar a problemas de saúde como ansiedade, depressão e exaustão.
Assédio Moral e Sexual: Situações de humilhação, bullying ou intimidação no ambiente de trabalho podem impactar negativamente a saúde psicológica do colaborador, gerando um ambiente tóxico e prejudicial à produtividade e bem-estar.
Sobrecarga de Trabalho: Quando os trabalhadores são sobrecarregados com tarefas excessivas ou responsabilidades além de suas capacidades, o risco de adoecimento mental aumenta significativamente.
Falta de Autonomia e Controle: A falta de controle sobre o trabalho, decisões ou ambiente, pode gerar frustração e sensação de impotência nos colaboradores. Insegurança no Emprego: A preocupação constante com a perda do emprego ou com a instabilidade laboral também se configura como um risco psicossocial, impactando a saúde mental dos trabalhadores.
A Alteração na NR1: O Que Isso Significa?
Até a atualização, a NR17, que trata da ergonomia, já abordava de forma indireta os fatores psicossociais ao considerar as condições de trabalho e seu impacto no bem-estar do trabalhador. Contudo, a nova redação da NR1 explicitamente inclui a avaliação dos fatores psicossociais como um risco ergonômico, obrigando as empresas a analisá-los de forma sistemática e cuidadosa.
Agora, com a NR1 revisada, a empresa é obrigada a realizar uma análise mais profunda de todos os fatores ergonômicos, tanto físicos quanto psicossociais. A grande mudança é que, além das condições de trabalho físicas, os fatores como estresse, assédio e sobrecarga devem ser avaliados e mitigados. Essa responsabilidade recai diretamente sobre os ergonomistas, profissionais capacitados para realizar essa análise e propor soluções para minimizar tais riscos.
A Importância dos Ergonomistas na Nova NR1
Com a inclusão dos fatores psicossociais na NR1, a norma deixa claro que a responsabilidade pela análise e gestão desses riscos é de competência dos ergonomistas. Isso significa que as empresas precisarão contar com esses profissionais especializados para realizar avaliações detalhadas e propor ações corretivas, garantindo que as condições de trabalho favoreçam a saúde física e mental dos colaboradores.
A atualização da NR1 não apenas reforça a importância da saúde e segurança no trabalho, mas também amplia o olhar das empresas para os riscos psicossociais, que até então estavam mais restritos à NR17. Agora, com a nova exigência, as empresas devem estar atentas aos impactos psicológicos e emocionais que podem surgir no ambiente de trabalho, e contar com ergonomistas para gerenciar esses riscos. Essa mudança coloca a saúde mental no centro das estratégias de prevenção e promoção de um ambiente de trabalho saudável e produtivo.